sábado, 25 de setembro de 2010

Conto de Fadas

Alejandro, um homem maduro, polido, educado, conhece-lo naquele bar em uma noite de carência foi marcante. Se aproximou educadamente, me tratou bem, escutou meu desabafo, levou-me para dar um passei até a praça sob o luar e sentamos no banco frente ao chafariz.

E ele então tomou-me em seus braços, deixou minhas lagrimas correrem e meu choro fluir como um orgasmo da alma. Foi um homem, centrado então, um cavalheiro, doce, amável, diferente dos demais.

Ele era um homem de verdade, me chamava de querida, de bonita, de divina, de princesa, sem segundas intenções, apenas me fazia ficar a vontade em sua presença, me deixando desabafar as dores de um mundo podre.

Me tocou como cristal, me protegeu do mau, me fez dormir em seus braços como um bebe desamparado que por fim encontrou seu amparo, e por quase hora senti o maior conforto de toda a minha existência, até que despertei. Seus olhos eram doces, eram simples, seu sorriso quase infantil, com um tom de ternura me fizeram acreditar por um instante, que existia um príncipe encantado frente a mim. Saído dos contos com seu cavalo branco, para me tirar de uma vida de trevas e me levar para um palácio de cristal, mas a ilusão durou pouco.

Hoje ainda sinto pesar na alma não ter ficado com ele, dói lembrar de sua morte, naquela mesma noite doce, quebrando meu conto de fadas em pedaços. Lembro do seu pulso enfraquecendo em meus braços e sua vida deixando o corpo sem sequer ter uma chance de viver ao meu lado o dia seguinte.

Eu sinto demais a sua morte, mas não pude fazer nada, eu estava faminta...

FIM



João P. Rücker

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