quarta-feira, 24 de junho de 2009

Ana Carla

Ana Carla era linda, era o máximo, corpo, olhos, cabelo, Ana Carla era TOP. Carro, grana, fama, tudo que mais desejava, vida era balada, amigos, moda, matéria. Ana Carla era desejada, e tinha o homem que quisesse ter, não enxergava perdedores, apenas vencedores, era apenas o que queria ter, o que podia ter. Ana Carla brilhava brilhos, na luz da balada, no sol, alada acima do sapato, o mais desejado, o mais cobiçado. Ana Carla era feliz com o que tinha, até quando lembrava o que mais queria ter, era top, era top, era gata. Ana Carla era glamour, era luxo, era luxuria, era tudo o que as mãos podiam apalpar, era peito, era coxa, era cintura, era tudo que a fazia toda.
Ana Carla era assim, até que seus olhos avistaram Gabriel, então dos olhos correram lagrimas, das luzes da balada a cegueira curada, a luz emanava de onde já nem lembrava, se foram o glamour e a ilusão, a futilidade como em um estalar de dedos foi preenchida. O olhar de Ana Carla viu Gabriel, o olhar reconheceu, mas não o escolheu, pois quando alguém vê Gabriel, esse alguém é que foi escolhido por alguém, e se houver comoção, haverá aceitação.



João P. Rücker

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